domingo, 29 de novembro de 2009

Transa com Caetano

Esses dias ando embriagada de tanto ouvir "Transa(1972)" de Caetano Veloso.
Acho esse disco incríiivel.Não tem como escolher a melhor música,mas "It's a long way" e "Triste Bahia" me deixam num quase transe,principalmente quando ouço bem alto. :)
E por estar tão no clima especial das músicas,decidi fazer o post e colocar uma pequena declaração sobre o disco,que Caetano deu a Marcia Cezimbra em 1991 para o Jornal do Brasil.

"Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo. Foi Transa que me deu coragem de fazer os trabalhos com A Outra Banda da Terra. Tem a Nine out of Ten, a minha melhor música em inglês. É histórica. É a primeira vez que uma música brasileira toca alguns compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, de Mick Jagger e até de Paul McCartney. Eu e o Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobelo Road e me encantou logo. Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem o Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra e o Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo."